O Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho celebra-se todos os anos a 28 de abril.
Nesta etapa das nossas vidas é essencial que as entidades empregadores promovam a segurança mas acima de tudo a saúde mental no trabalho! A Coordenação Nacional para a Saúde Mental (2008, p. 5) refere no Plano Nacional de Saúde Mental que “os estudos epidemiológicos mais recentes demonstram que as perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental se tornaram a principal causa de incapacidade e uma das principais causas de morbilidade, nas sociedades actuais”. Assim, torna-se essencial prevenir e controlar os riscos advindos de fatores negativos para a saúde mental em termos laborais e promover/potenciar os fatores que se apresentam positivos. Estes dados são corroborados por Coelho (2010, p. 89) ao referir que “a prevenção de riscos psicossociais torna-se um instrumento privilegiado e necessário não só para prevenir os problemas de saúde mental como para promover a saúde mental positiva no trabalho”.
Num estudo levado a cabo por Moura et al. (2004) junto de 50 empresas portuguesas, tornou-se possível constatar a insuficiente cultura de prevenção de riscos profissionais, sendo visível um reduzido número de medidas ativas para a prevenção de acidentes e doenças profissionais, mostrando-se crucial a modificação desta situação através da promoção de uma cultura de prevenção de riscos profissionais e adoção de medidas de promoção da saúde.
As intervenções em termos de stress laboral são parte integrante da saúde e segurança para o trabalho sendo aceite como uma preocupação conjunta de empregadores e trabalhadores. O stress ocupacional pode atingir qualquer trabalhador independentemente do local de trabalho, tipo de empresa e condições laborais. Diversos estudos têm mostrado a importância da manutenção de elevados níveis de saúde mental em termos de repercussões laborais (Goetzel & Ozminkowski, 2008; Mosadeghrad et al., 2011).
Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho podem ser, em grande parte, prevenidos e torna-se possível a implementação de medidas específicas que promovam o bem-estar mental dos profissionais o que permite uma redução significativa em termos de gastos individuais e organizacionais, devido às consequências de diferentes doenças mentais (Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, 2013; WHO, 2004).
Atualmente, na realidade de teletrabalho, os níveis de stress e de cansaço tem aumentado devido ao tempo passado em frente ao computador, em videochamadas e reuniões. Será que existem aspetos que podemos implementar para diminuir o cansaço que as tecnologias “imprimem” em nós? De acordo com Gianpiero Petriglieri e Marissa Shuffler existem alguns aspetos que podemos e devemos implementar para ajudar a manter a nossa saúde mental 🙂
- Limitar as videochamadas às necessárias. Ligar a câmara deve ser opcional e, em geral, deve haver mais entendimento de que as câmaras nem sempre precisam de estar ativadas ao longo de cada reunião.
- Ter a tela lateralmente, em vez de em frente, também pode ajudar a manter a sua concentração, principalmente em reuniões de grupo. Isto acontece porque permite que sinta que está numa uma sala adjacente, por isso pode ser menos cansativo.
- Analisar se as videochamadas são para todas as tarefas a opção mais eficiente. No que diz respeito ao trabalho, o Shuffler sugere que os arquivos compartilhados com notas claras podem ser uma opção melhor evitando desta forma a sobrecarga de informações.
- Durante as reuniões dedique algum tempo a saber como as pessoas estão antes de mergulhar nos negócios. Esta medida ajuda-nos a reconectar com o mundo, manter a confiança e reduzir a fadiga e a preocupação.
- A criação de períodos de transição entre as videoconferências também pode ajudar-nos a “refrescar” – tente alongar, tomar uma bebida ou fazer um pouco de exercício.
- Limites e transições são importantes! Precisamos criar buffers que nos permitam deixar uma identidade de lado e depois passar para outra à medida que nos movemos entre o nosso meio pessoal e o trabalho.
Vamos começar já hoje a implementar algumas medidas?
Faça por si, faça pelos seus, faça pela sua saúde mental!
Juntos somos mais fortes!
*pode consultar toda a informação sobre as medidas dos especialistas Gianpiero Petriglieri e Marissa Shuffler no seguinte artigo.