Os profissionais de saúde estão em stress!

bola Anti stress
Os profissionais de saúde estão em stress!

O stress ocupacional pode ser definido como as respostas físicas e emocionais prejudiciais que ocorrem quando as exigências do trabalho não correspondem às capacidades, recursos ou necessidades do trabalhador (National Institute for Occupational Safety and Health, 2006).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004) o stress ocupacional é a resposta que a pessoa pode dar quando não consegue lidar com exigências e pressões laborais que vão além das suas competências e conhecimento e fazem variar as suas capacidades de coping.

Devido às características da profissão, quer em termos da natureza da sua atuação quer dos fatores que a envolvem, os profissionais de saúde como Terapeutas da Fala, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, entre outros, estão suscetíveis a diversas fontes de stress laboral que lhe podem causar elevados níveis de stress ou mesmo ao desenvolvimento da síndrome de burnout.

Ao longo dos tempos os profissionais de saúde foram sempre associados a «super» seres humanos que não desenvolvem patologia (ou conseguem superá-la com facilidade), uma vez que, trabalham e lidam com ela todos os dias.
Esta ideia de «super-heróis» leva, por diversas vezes, a que seja difícil reconhecer que estão a vivenciar situações de elevado stress.

bola Anti stress

O que posso fazer para gerir o meu stress?

Existem algumas medidas e estratégias que pode levar a cabo e que o podem ajudar a controlar os níveis de stress. Abaixo deixamos algumas sugestões:

– Realize formação específica sobre os modelos de planeamento e recursos disponíveis sobre gestão de carreira que lhe permita ganhar maior controlo sobre o seu desenvolvimento profissional.

– Conheça e desenvolva o seu trabalho com base numa prática de definição de objetivos.

– Faça formação em áreas de conhecimento que sente ter «lacunas». Investir no seu crescimento profissional, permite-lhe tornar-se mais competente em termos profissionais e, consequentemente, ter um maior controlo e eficiência nas suas intervenções.

– Estabeleça prioridades e planeie o trabalho de acordo com as atividades nucleares ao seu trabalho. São estas atividades que conferem significado ao seu trabalho e traduzem o seu desempenho, pelo que se torna claro que é nelas que deve investir!

– Elimine as atividades acessórias tendo em mente as suas prioridades profissionais.

– Delegue funções. É crucial que perceba que existem momentos em que tem de delegar tarefas e outras em que tem de aprender a dizer que não! É necessário que consiga estabelecer os seus próprios limites.

E ainda:

– Evite as interrupções. As interrupções constantes dificultam o trabalho e o reiniciar atividades leva a um importante desperdício de tempo.

– Crie espaços e reuniões de equipa e administração, sobre a carga de trabalho semanal/mensal e possível necessidade de reorganização da mesma.

– Planeie, programe, monitorize e avalie o seu trabalho. Estes passos poderão ser aliados de ouro na sua gestão de trabalho e tempo pessoal.

– Elabore planos de intervenção exequíveis e reais. Deste modo, consegue criar expetativas e objetivos reais e concretos, não o levando a equacionar a sua eficiência profissional.

– Gira o seu tempo de forma mais adequada e personalizada, assim poderá diminuir o stresse e aumentar a satisfação e realização laboral.

– Invista em si e em tempo para si. Só poderá prestar cuidados de qualidade se estiver saudável.

 

De que é que está à espera? Mãos à obra. 

 

Para saber mais:

European Agency for Safety and Health at Work (2002). Working on stress. Magazine of the European Agency for Safety anf Health at work. Disponível em https://osha.europa.eu/en/publications/magazine/5

Hespanhol, A. (2005). Burnout e stress ocupacional. Revista Portuguesa de Psicossomática, 7, 153-162.

Maslach, C., & Leiter, M. P. (1997). The truth about burnout: How organizations cause personal stress and what to do about it. Califórnia: Jossey-Bass Publishers.

National Institute for Occupational Safety and Health (2006). Stress… at work. Disponível em http://www.cdc.gov/niosh/topics/stress/

Nogueira, P. (2014). TF em stresse: Manual para Terapeutas da Fala. ed. 1. Lisboa: Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala.

Sacadura-Leite, E., & Uva, A. S. (2007). Stress relacionado com o trabalho. Saúde & Trabalho, 6, 25-42.

Sadir, M. A., Bignotto, M. M., & Lipp, M. E. (2010). Stress e qualidade de vida: Influência de algumas variáveis pessoais. Paideia, 20(45), 73-81.

World Health Organization (2004). Prevention of mental disorders: Effective interventions and policy options. Summary report. Disponível em http://www.who.int/mental_health/evidence/en/prevention_of_mental_disorders_sr.pdf